O Brasil forma 32 mil engenheiros civis por ano, mas esse número ainda é baixo. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o país teria que formar 60 mil engenheiros anualmente.
“Isso se dá em função do crescimento do país, do enriquecimento das classes mais baixas que precisam de novas habitações, de mais infraestrutura e serviços. E essas demandas entram diretamente no nicho de produção do engenheiro civil”, explica a diretora de infraestrutura da Sudecap/BH, Ana Paula Fernandes Furtado.
A engenheira civil falou neste sábado (22) aos estudantes presentes na Feira GE Belo Horizonte sobre a carreira e as perspectivas para quem quer seguir a área. Para ela, a demanda de profissionais deve se manter a mesma para os próximos anos. “Hoje, as cidades de grande e médio porte estão crescendo, então isso faz com que você tenha necessidade de investir em transporte, habitação, saneamento. E esse tipo de investimento no país não vai parar”, afirma. Mesmo frente a uma crise econômica mundial e uma possível estagnação do crescimento, ela assegura que a necessidade de criar e aprimorar a infraestrutura existente não para.
Entre planejar, projetar, executar e fiscalizar obras civis, que podem ser de infraestrutura urbana, rural ou industrial, a Engenharia Civil é um campo muito amplo, com múltiplas possibilidades. Ana Paula, que já foi responsável por trabalhos ligados à urbanização e habitação de vilas e favelas, além de projetos de infraestrutura diversos, conta que hoje trabalha com o que mais gosta: projetos de construção pesada. O ideal é experimentar um pouco de tudo dentro da faculdade e também depois de formado, para então assumir a rotina em uma área.
Se preparando para o mercado
A diretora do Sudecap só optou pela engenharia depois de fazer alguns estágios na área, a partir do curso técnico em Saneamento, no Cefet MG. Para ela, a prática é fundamental para um engenheiro, e no mercado não faltam apenas profissionais, mas profissionais bem preparados. A dica é estudar muito, participar de atividades de extensão e pesquisa e sempre fazer estágios. “Sem esse tipo de preocupação, quem chega ao mercado é imaturo, despreparado. O que o mercado quer é alguém que conheça um pouco mais sobre as funções que vai assumir”, diz.
Além disso, o importante para ser um bom profissional é ter responsabilidade e pensar à frente. “Hoje um engenheiro tem que antecipar os impactos ambientais e sociais que uma obra vai ter no futuro, e deve saber que o que construímos deve ter vida útil, não pode ser inutilizada e substituída em alguns anos”, afirma. É preciso ter curiosidade aguçada, querer conhecer de tudo um pouco, e estar antenado ao que está acontecendo. “A Engenharia está muito relacionada ao nosso cotidiano. O engenheiro civil constrói para as pessoas: onde elas vão andar, morar e fazer uso do espaço”, reflete.
Fonte: Guia do Estudante Abril